quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Ex-membro da equipa criativa fala sobre Vince McMahon


a penúltima edição da Raw deu grandes dores de cabeça à equipa criativa, visto que Vince McMahon exigiu que todo o guião fosse feito novamente, 90 minutos antes do evento começar a ser transmitido, o que levou a que algumas partes do evento fossem escritas ao mesmo tempo que este era transmitido.

O sucedido levou a que Kevin Marshall, ex-membro da equipa criativa que saiu da companhia há pouco tempo, participasse no Wrestling Observer Live para partilhar algumas das suas experiências na companhia. Marshall defendeu que o facto do guião ter sido refeito pouco antes do início do evento é prova do controlo que Vince McMahon exerce sobre o produto. Mais..

“Basicamente, tudo é extremamente controlado e supervisionado de forma sufocante e exaustiva. Não é segredo nenhum que a última palavra é a dele, mas facto é que o controlo que Vince tinha sobre tudo era sufocante. Penso que esta atitude começou pouco antes de começar a trabalhar para eles em Outubro. Basicamente, estamos sentados a tentar escrever para ele, ao mesmo tempo que tentamos adivinhar o que ele quer. 
O nosso trabalho transformou-se rapidamente em tentar descobrir o que é que Vince quer fazer, apenas para depois ele mudar de ideias. Agora que surgiram notícias que os eventos estão a ser escritos ao mesmo tempo que estão a ser transmitidos, preciso que todos saibam que, muito provavelmente, o evento estava planeado a tempo e horas. Ou seja, ou nada foi aprovado, ou então foi tudo rejeitado e escrito novamente por Vince.”
Não é a primeira vez que um antigo membro da equipa criativa sugere que toda a equipa escreve apenas para agradar a Vince, em vez da audiência. A ideia de que Vince está mais investido do que nunca é corroborada por Triple H que, numa recente entrevista ao Talk is Jericho, afirmou que Vince nunca se irá reformar.
A incerteza é um dos aspectos mais complicados com que a equipa criativa tem de lidar diáriamente, pois nunca se sabe como Vince vai reagir. Marshall afirmou que a reacção de Vince aos guiões era sempre imprevisível, pois nalguns dias este podia exigir grandes alterações e revisões, enquanto outras reuniões corriam às mil maravilhas e duravam entre meia-hora a uma hora.
Segundo Marshall, parte do problema actual com a equipa criativa é o facto desta ser tão grande que exige duas subdivisões. Uma trabalha a partir da sede principal da companhia em Stamford, Connecticut; enquanto a outra viaja com Vince para as gravações dos eventos, ajudando a produzir vários segmentos e a contribuir com ideias para o guião. Como seria de esperar, isto leva a que os membros da equipa criativa interfiram no trabalho dos colegas, assim como obriga a que todos saibam fazer tudo, mas nunca nada em específico.
De acordo com Marshall, é reconhecido dentro da WWE que a equipa criativa precisa de uma restruturação, mas sempre que alguém tenta modificar o processo, para tornar tudo mais eficiente, são colocados obstáculos no seu caminho, levando a que tudo fique na mesma.
Quando Mike Sempervive perguntou a Marshall em que é que os fãs estão mais errados, quando julgam o trabalho da equipa criativa, Marshall afirmou o seguinte:
“Acho que os fãs pensam que nós decidimos em quem é que a companhia deve investir e em quem não deve. Nós não tomamos esse tipo de decisões e não passamos o nosso tempo a pensar em como impedir um talento de chegar ao topo. Acho que a ideia que nós não fazemos nada, além de arrasar com a credibilidade dos talentos que temos à nossa disposição e que só pensamos em formas de fazer com que toda a gente passe por parvo é completamente errada. Não é de todo o caso!
Falando como alguém que trabalhou na equipa criativa, nunca conheci ninguém que estivesse nesta indústria com o único objectivo de prejudicar um talento. Penso que é bastante fácil, quando se assiste ao produto, de ficar com a impressão que nos estamos a esforçar para fazer alguém passar por parvo.
No entanto, na realidade, é tudo uma combinação de vários factores. Primeiro, existem muitos jogos políticos nos bastidores sobre os quais a equipa criativa não tem qualquer controlo. Segundo, existem vários talentos que são os seus próprios inimigos. Penso que é algo que toca a todos, incluindo a mim.
É muito mais difícil do que parece, especialmente quando se tem um roster tão limitado. É fácil olhar para o talento no site oficial da WWE e pensar que o roster é enorme, mas quando se tenta delinear um evento e preencher 16 segmentos para a Raw e 12 para a Smackdown, a tarefa torna-se bastante mais complicada. Já para não falar do Main Event e Superstars.
Apesar de todas estas queixas, Marshall admite que regressava à WWE sem pensar duas vezes devido ao seu amor pela indústria.

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